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Análise / Review: Second Chance Heroes

Zumbis num mundo pós-apocalíptico, de novo? Tudo bem, você já deve ter se cansado de esmagar cérebros alheios. Mas aposto que nunca fez isso no papel de Napoleão Bonaparte, Cleópatra ou Leonardo Da Vinci, não né?

Second Chance Heroes é um jogo extremamente clássico e arcadesco, com muita ação e porradaria, com um cooperativo online de até 4 jogadores.

Dê uma segunda chance a esses grandes heróis da nossa história, e ajude-os a salvar o mundo, mais uma vez!

Ficha Técnica

Gênero Ação
Aventura
Desenvolvedora Rocket City Studios, Inc.
Publicadora Rocket City Studios, Inc.
Cooperativo Online 4 jogadores
Cooperativo Local Sem suporte
Cooperativo em Rede Local Sem suporte
Data da lançamento 04/07/2014
Data da análise 19/07/2014

Requisitos Mínimos

Processador Intel Core Duo 2 GHz
Memória 2 GB
Vídeo 256 MB

Enredo

Segunda chance

Second Chance Heroes se passa daqui há três semanas (se preparem, hein!) – onde ocorre uma espécie de apocalipse zumbi no mundo, e um professor de história resolveu fazer algo a respeito: montou um laboratório em sua garagem para produzir clones.

Dedicado ao passado, o cientista decidiu fazer clones de grandes líderes e heróis de nossa história, dando a eles uma segunda chancede salvar o mundo! Sim, o nome do jogo vem disso aí.

A história do jogo é contada em uma espécie de quadrinhos entre as fases, como essa aí de exemplo acima, que aparece ao entrar no jogo, e narram eventos que se desenrolam à medida que você avança no jogo com os heróis.

Humor

Além disso, durante as fases, o professor de história fala com você em diversos momentos, com diálogos aleatórios e uma narração engraçada, sempre direcionando os objetivos.

O humor é presente em vários momentos, tanto no enredo quanto em outros elementos secundários – as falas dos personagens, por exemplo, me fizeram rir muito: é um humor com uso de trocadilhos, ou inferências de certo humor negro

Ao todo, a campanha do jogo consiste em 13 missões, cada uma tendo 2 partes. Ou seja, o jogo possui um total de 26 fases diferentes.

Progressão

Casual

O jogo tem um sistema de progressão mediano em termos de imersão, beirando o casual em alguns aspectos, mas não deixa de ser interessante.

A única coisa que você irá acumular no jogo é XP: ao matar inimigos e completar objetivos, você receberá pontos de experiência. Mas, ao contrário do esperado, você não irá passar de nível!

Você poderá gastar estes pontos de experiência para aumentar diretamente as únicas duas estatísticas que os personagens do jogo possuem: ataque e defesa, que vão do nível 0 ao 5.

Como esperado, cada ponto consecutivo numa estatística fará seu custo aumentar exponencialmente: 750 XP, 2.500 XP, 6.000 XP, 10.000 XP e 40.000 XP para o quinto ponto gasto.

Ou seja, para maximizar um personagem, é necessário um total de 118.500 pontos de experiência! Mas fique tranquilo, pois não será necessário grind para pegar isso – simplesmente terminar o jogo fará com que você junte mais pontos que isso sem grandes problemas.

Personagens

Você começa o jogo tendo acesso a 4 personagens: Abraham Lincoln, Joana D’arc, Napoleão Bonaparte e Rainha Elizabete, e destes, poderá selecionar dois personagens para cada fase.

À medida que avançar na história do jogo, irá liberando em sequência os outros 8 personagens do jogo: Cleópatra, Barba Negra, Júlio César, Gengis Khan, Marie Curie, Nikola Tesla, Montezuma, e Leonardo Da Vinci.

O interessante é que os pontos de experiência ganhos não são de um personagem específico, e portanto podem ser gastos com qualquer um deles – você pode jogar com dois, mas aumentar o atributo de outro qualquer.

Relíquias

Outra via de progressão são as Relíquias, itens adquiridos ao completar objetivos extras nas fases, que podem ser ativadas durante as fases. Você poderá selecionar até 3 relíquias para cada fase.

Ao todo, são 30 relíquias para serem liberadas26 conseguidas diretamente com objetivos, e outras 4 que são ganhas quando você fechar as coleções. E acredite, algumas delas são bem difíceis de conseguir!

Objetivos

Os objetivos das fases são em parte exibidos na própria tela de seleção de fases, porém outros são exibidos durante as fases como desafios, e você poderá saber facilmente se conseguiu cumprí-los ou não.

Ao término de cada fase, você verá quais dos objetivos você conseguiu completar, e receberá os espólios da fase: relíquias ou personagens que tenha liberado, pontos de experiência extras pelo objetivo, e claro, acesso à próxima fase.

Hardcore

Terminando a campanha do jogo, você liberará acesso à dificuldade Hardcore, que ao contrário de seu uso comum, é simplesmente uma dificuldade superior, recomendada para personagens que estejam maximizados.

Porém, o modo hardcore não concede nada extra: nem ganho de XP, nem nada secreto, nem mesmo conquistas do Steam. Serve apenas para aumentar a dificuldade e manter o jogo desafiador.

Jogabilidade

Top Down Shooter

O jogo possui uma jogabilidade simples, mas bem agradável, muito semelhante a um Top Down Shooter, porém com câmera isométrica. É bem ativa, valorizando reflexos e mira a todo momento!

A movimentação é feita com as teclas WASD, com o conveniente comando de Dash, usando com a Barra de Espaço. É uma espécie de deslizada rápida, que varia de animação conforme personagem, e é muito útil para mobilidade, permitindo desviar de ataques ou mesmo rushar fases.

O mouse é utilizado para mira, com o botão esquerdo do mouse irá usando ataque na direção do cursor, e o botão direito irá utilizar a habilidade especial.

Habilidades e relíquias

Habilidades especiais consomem energia para serem utilizadas, variando muito em custo e comportamento conforme o personagem.

E é incrível o trabalho que foi feito aqui: apesar dos personagens terem apenas dois ataques, a jogabilidade é muito diferente entre eles. As animações e a mecânica geral de funcionamento é completamente diferente.

Com as teclas 1~3 você utilizará as Relíquias selecionadas. Cada relíquia possui um custo de energia que pode variar muito, e ao ser utilizada, entrará em um cooldown interno, também variável.

Power-ups

A tecla 4 utilizará power-ups que você encontrar. Basicamente, durante as fases você pegará algum desses power-ups, que ficará então em sua barra de skills aguardando para ser usado.

Os power-ups tem efeitos muito variados, de curar o seu time, a soltar bombas, desabilitar inimigos, ou mesmo te deixar mais forte ou rápido temporariamente. A diversidade de power-ups também aumentará conforme você avançar na campanha.

A tecla TAB irá alternar entre seus dois personagens, com um pequeno cooldown após ser utilizada. É muito útil para evitar mortes, ou mesmo para selecionar personagens mais adequados a cada situação.

A tecla E é reservada à interação com itens e cenário: ativar alavancas, pegar power-ups, abrir baús, tudo é feito com ela.

Comunicação

Para comunicação, o jogo conta com 4 teclas de Emotes, que mostram um smilie subindo sobre seu personagem, e seu personagem faz uma animação relacionada ao emote. São elas: Z para pedido de ajuda, X para cumprimentar, C para pedir que o time fique junto, e V para saudar.

Outras teclas de comunicação são G, a tecla padrão para ativar o chat por voz, e Enter para abrir o chat de texto e mandar mensagens.

Todos os comandos do jogo podem ser reconfigurados. Não quer jogar com teclado e mouse? Sem problemas – jogo possui suporte nativo a joysticks, que apesar de já possuir uma excelente configuração padrão, podem ser completamente remapeados.

E como é a jogabilidade na prática? As fases são compostas por uma missão sequencial, que envolve basicamente ir do ponto A ao ponto B várias vezes. Claro que entre esses dois pontos, há uma porção de zumbis e mutantes, armadilhas, e outras coisas.

O jogo sempre mostrará um indicador em sua tela para orientar sobre a localização da missão principal. Algumas vezes você chegará em uma porta e verá um cadeado, simbolizando que você deve fazer algo para destrancá-la, como matar um zumbi com ícone de chave sobre ele, acionar uma alavanca, etc.

Apesar de ser bem linear, o jogo recompensa a exploração e curiosidade, pois muitos dos objetivos extras envolvem coletar itens bem escondidos. Ao mesmo tempo, o jogo também recompensa quem é rápido, pois sempre há objetivos que exigem que você termine a fase em um determinado tempo!

Em diversos pontos, há check-points nas fases, permitindo que caso você morra com seus 2 personagens, possa recomeçar a fase a partir dali.

Combate

As fases também possuem chefes e mini-chefes aos montes, sempre aparecendo com uma breve introdução em formato de quadrinho, e algumas das lutas são bem interessantes. O Mallrog certamente irá causar dor-de-cabeça a todo mundo, já vou avisando!

Na maior parte do tempo, matar inimigos não é obrigatório, então fica a seu critério se você quer ignorá-los sempre que possível.

O mesmo vale para itens quebráveis nas fases, como vasos e caixas. Ignorar isso tudo pode agilizar o avanço da história, ao preço de um ganho de XP menor.

Arte

Gráficos e interface

Com um visual relativamente simples, modelos com poucos polígonos e texturas simples, o jogo seria feio se não fossem os efeitos e o jogo de iluminação, que frequentemente ressaltam o estilo do jogo e criam um contraste vívido nas batalhas.

A interface dentro do jogo é muito limpa, com ícones de habilidade bem grandes, entre eles estando os atalhos de relíquias, power-up e troca de personagem, assim como barras de vida e energia. Tudo é bem claro, e numa boa proporção, e não causa obstrução alguma ao jogo.

O jogo tem pouquíssimas opções de vídeo, mas mesmo assim, é um título muito leve, e deve rodar facilmente em qualquer computador sem problemas.

Sons e música

O trabalho com sons e música também remete o jogo a jogos clássicos, com indicadores sonoros bem aparentes para itens pegos ou alertas nas fases.

As falas dos personagens, como citado anteriormente, são muito legais, apesar de raras, cada uma bem única e fazendo algum tipo de referência ou piada do personagem ou de contexto. Não tem preço.

Cooperativo

Praticidade

Tá aí um jogo que nasceu pra ser jogado cooperativamente! O jogo conta com suporte a até 4 jogadores online, e com suporte a drop-in, ou seja, você pode entrar em partidas em andamento.

Para entrar numa partida, basta ir em multiplayer e depois na aba join. Você listará todas as partidas criadas, e caso não queira atualizá-las e entrar manualmente, pode utilizar o botão de find game, que irá automaticamente procurar partidas e entrar na primeira que encontrar.

Quando você entra no modo online e cria uma fase, independente de ter outros jogadores ou não, terá um timer de 60 segundos para a fase começar, que inicia-se no lobby, e mantém a contagem correndo enquanto um ou mais jogadores entram na fase.

Lobby

No lobby, você poderá ver os jogadores, e suas seleções de personagens e artefatos, além de poder conversar em texto a partir dali.

Não é necessário dar ready ou algo do gênero – cada um pode entrar na fase quando quiser, e quem já entrou na fase ficará marcado também.

Um detalhe interessante que notei é que aparentemente, o jogador não é o host, pois enquanto eu fazia downloads e tentei hostear uma partida multiplayer, sentia lags com certa frequência.

Se o jogo realmente tiver essa mecânica como aparenta, tem a desvantagem de poder dar algum delay ao host, mas ao mesmo tempo, pode facilitar muito a entrada de outros no jogo, sem necessidade de abrir portas ou algo do gênero, ou seja, mais amigável para o multiplayer.

Teleporte em checkpoints

Outro detalhe interessante é que caso você se afaste de seus aliados, assim que alguém chegar num check-point que crie um bloqueio na fase, o restante do grupo será teleportado para ao jogador em alguns segundos.

É um recurso muito bem pensado, para evitar travamentos ou trapaças nas fases.

E o loot? Os itens de experiência são compartilhados entre todos os jogadores, e portanto não faz diferença quem os pega. Recompensas de objetivos feitos são atribuídas a cada jogador, e inclusive você ficará sabendo no fim da fase caso alguém tenha liberado um artefato novo.

Durante as partidas, você poderá facilmente clicar ao lado do portrait de cada jogador, com opções rápidas para deixá-lo mudo, ou adicioná-lo como amigo no Steam!

Como visto na parte de jogabilidade, você poderá conversar com outros jogadores digitando, por voz, ou usando os emotes rápidos.

Um fato curioso é que o jogo lista todos seus amigos do Steam no lobby dele – mesmo quem não possui o jogo!

Veredito

Ação? Tem. Personagens épicos? Tem. Boa jogabilidade? Tem. Tudo isso, com muito humor, e um estilo de jogo que remete aos grandes clássicos cooperativos, lá da época dos 16 bits pra trás.

Como eu havia citado na prévia, vejo Second Chance Heroes como um sucessor espiritual de Zombie Ate My Neighbours, e é algo que não consigo deixar de ver. Também é frequentemente comparado com Smash TV, ou Burn Zombie Burn.

Ao mesmo tempo que para alguns isso pode ser algo muito bom, para outros nem tanto. Afinal, o jogo é extremamente linear, e tem uma jogabilidade muito simples e gráficos modestos.

Quem vai curtir são pessoas que preferem jogos mais casuais, ou sessões de jogo curtas, e que tire vantagem do fato de poder jogar com um amigo quando quiser, e também sair na hora que quiser sem prejudicar ninguém.

Se você gosta de desafios, certamente irá se entreter tentando conquistar todos artefatos, pois no momento, é o maior desafio do jogo – fora zerar novamente no Hardcore, é claro.

Como os personagens tem níveis separados, você pode dar upgrade parcial neles: deixar 2 maximizados para desafios maiores, 2 com upgrades intermediários para joinar grupos intermediários, e pegar outros 2 personagens sem nenhum upgrade quando for jogar com quem tá começando. Claro, isso se quiser manter a diversão e o desafio!

O único ponto fraco no jogo é não possui cooperativo local, algo que foi pedido algumas vezes já na comunidade do Steam desde antes de seu lançamento, pois jogos arcadescos assim são mais legais ainda se jogados com um amigo ao lado. Fica o sonho, né!

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